10/10/2018

Mote de negócio infeliz da política

Estrofes bárbaras com 12 versos e um mote na última linha, dizendo:
ah! negócio infeliz do meu abuso!

      1) Em família
A política é uma chaga de um casal?
Mexe tanto com os membros da família
que é preciso ter "porta de vigília"
para ser resistente e fraternal.
Não é bom eleger político mau
nem brigar pelos cargos de poder.
Se uma prole não se condescender,
vai “entrar em polêmica e parafuso”.
Candidato é capaz de fazer uso
da discórdia, e tirar o seu proveito,
para ser vencedor em novo pleito?
Ah! negócio infeliz do meu abuso!

      2) Em campanha
Candidato agredido publicamente
foi levado depressa ao hospital.
Eleitores também passaram mal,
solidários à vítima decadente?
Sofreu muito quem quer ser presidente:
virou alvo tombado na campanha.
Sem saber se a guerra ia ser ganha,
teve um risco de vida já incluso:
sob cuidado médico, andou confuso?
Como bravo, correu fatal perigo;
foi sangrado por quem é inimigo.
Ah! negócio infeliz do meu abuso!

      3) Em conversa
"Quando alguém se encontra em restaurante,
ouve logo o palpite de um cretino
a favor de algum voto clandestino
por projeto de obra, mais adiante;
pela sua intenção aliciante,
a República era um balcão de negócios
entre maus brasileiros capadócios
com interesse individual escuso."
Não sei quem disse isso e nem acuso...
porque eu é que vou ser acusado;
tenho medo de ser negociado.
Ah! negócio infeliz do meu abuso!

      4) Em outra circunstância
Já perdi companheiro de almoço,
magoei muita gente que eu estimo.
"Piso em ovos" depois que me aproximo
do eleitor com a voz de alvoroço;
"observo as veias do pescoço
para ver se alguma está inchando";
caso esteja, vou logo recuando,
que eu não vou levar nome de “intruso”;
já me basta ser calado e recluso,
mas votar consciente, sem segredo;
mesmo assim, há disputa que faz medo.
Ah! negócio infeliz do meu abuso!

Mote de uma linha em estrofes bárbaras (com mais de 10 versos) e decassílabo (verso de 10 sílabas métricas) e rimas alternadas (abbaaccddeed); expõe evidência que não acusa nem ofende ninguém.

      Consideração final sem o mote
Onde está a liberdade de expressão?
Não se pode pensar e nem falar 
muito menos, dizer em quem votar!
Mas podia haver paz e união.
É demais a altura da pressão
na campanha que elege um presidente.
Se não há como votar livremente,
também não quero a eleição traumática.
Digo "sim" à presença diplomática
e à ausência de crime e de castigo;
liderança que torne o povo amigo
e conserve a figura carismática.

COLAPSO VIRÓTICO E ORGULHOSO

Um ministro, depois que é empossado
como afilhado de um presidente,
passa a ter um discurso independente
qual um filho que foi emancipado.

O seu cargo parece um novo Estado;
só não tem Capital e autonomia,
mas tem o poder da Tecnocracia
que utiliza na hora da entrevista.

E o sistema, que é presidencialista,
adquire feição ministerial.
Contraria ordem presidencial:
"nem sequer, suaviza a expressao...";
é capaz de agravar situação,
dando ordem por cima de outra ordem.

Se existir um virus que faz desordem,
dificulta o combate a esse virus;
junto ao mesmo, aparecem uns vampiros,
falsificando um bem ou um produto.

E, no âmbito desse jogo bruto,
falta um bem, um serviço ou um recurso,
sobram males, doença e um discurso
com a voz de egoísmo absoluto.












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