Blog de Valdir Loureiro. Mote, poema e poemeto. Quadrinha, sextilha, sete linhas, oitava, décima e estrofe "bárbara" (11 versos ou mais). Versos em redondilha maior, decassílabo, hendecassílabo e dodecassílabo.
31/10/2018
30/10/2018
Poema Universalmente agradecido
Transmito agradecimento
— mental e diariamente —
ao Universo complacente
com o meu corpo em movimento.
Sou grato por meu assento
a quem o fez confortável.
Guardo o isqueiro inflamável
que acendeu fogão e vela.
Ao livrar-me da procela
no mar ou terra agitada,
contemplo o Céu e a jangada
sobre a água que espume.
Afundo e afasto o queixume...
Sou feliz com o espelho,
gente crítica e aparelho
que mostrem minha aparência.
Tenho paz na existência
rica ou pobre com a qual
acho um lugar natural
junto aos seres imortais.
Semelhante aos numerais,
que têm ordem sem ter fim,
"há quem faz o bem a mim",
em números proporcionais.
Elementos materiais: corpo, assento, fogo, água, terra, espelho; imaterias: mente, movimento, vida imortal; outros: espelho, gente e números.
O texto acima é um poema em 6 quartetos e redondilha maior (verso com 7 sílabas métricas) e rimas intercaladas (abba-accd-deef-fggh-hiij-jkkj).
Elementos materiais: corpo, assento, fogo, água, terra, espelho; imaterias: mente, movimento, vida imortal; outros: espelho, gente e números.
O texto acima é um poema em 6 quartetos e redondilha maior (verso com 7 sílabas métricas) e rimas intercaladas (abba-accd-deef-fggh-hiij-jkkj).
28/10/2018
Verde, amarelo... e paz
"Leviatã contra Levi" ou
"Golias contra Davi"
1) Ingratidão e maltrato
O que é "política ingrata"?
"Golias contra Davi"
1) Ingratidão e maltrato
O que é "política ingrata"?
Maltrata quem não merece...
Quem a ajudou, ela esquece
e chuta com a sua pata;
pelo seu gosto, ela mata
e nem prepara o caixão;
enterra o corpo no chão,
"bate palmas e sorri".
É um monstro contra um davi,
em polos de oposição*.
*OU: "Leviatã contra um levi,
em briga ou desunião".
Leviatã era um monstro; Golias, um gigante.
em polos de oposição*.
*OU: "Leviatã contra um levi,
em briga ou desunião".
Leviatã era um monstro; Golias, um gigante.
Aviso: restante do poema hiperbólico e metafórico a ser publicado depois da eleição, para não se confrontar com os ânimos acalorados do pleito, visto que não se refere especificamente aos candidatos em evidência, mas, sim, a um "contexto vago e difuso", imaginado supostamente no ramo político, do qual não se dá comprovação nesse texto; e a escolha desta data para publicação é devida ao provável maior acesso de leitores.
23/10/2018
Poemeto do interlocutor "paulo social"
Estuda em livro e revista
de ciência social;
propaga seu ideal,
sentado à beira da pista.
Esse é um idealista
de vocação franciscana;
com os outros, ele se irmana;
faz favor e caridade.
Tem visão de cristandade:
reza com os braços abertos,
contempla os ventos incertos,
mostrando fé e vontade.
Poemeto com 3 quartetos.
22/10/2018
Poema de caminho do perdão e "braço a torcer"
a) Compensação do erro
Por onde anda o perdão?
Não é por algum pedido
Não é por algum pedido
de quem está arrependido
e mudou de opinião.
Está na compensação
e mudou de opinião.
Está na compensação
a quem foi injuriado.
E quem quer ser perdoado
faça o bem, vez após vez;
comece pelo que fez
antes de ter o pecado.
b) Apreço nas aves
Pássaro que morreu seu preço
precisa nascer de novo —
"qual ave que sai do ovo"
com o mesmo ou outro adereço.
Deve enxergar o apreço
do que deixou combalido.
Vai o xexéu renascido
de volta ao estranho ninho,
humilhar-se ao canarinho
que tratou como bandido.
c) "Dar o braço a torcer"
(estrofe bárbara com 12 versos)
O perdão que se utiliza
não quer dizer "abrir mão"
de ameaça ou expulsão
que destitui a juíza.
Dê flores a quem deu pisa;
use a mão com que bateu.
Por erros que cometeu,
queira ser visto e julgado.
E um judas que é condenado
deve cumprir sua pena —,
deixando quem o condena
"torcer o braço culpado".
20/10/2018
Poemeto do paralítico resistente
Sofre
muito o aleijadinho
que pede
esmola na rua.
“Essa
furada de espinho”
não foi
uma escolha sua.
Mas parece que ele atua
sobre a
mente de quem passa,
como
quem diz: “Olhe e faça
o que
eu lhe estou ensinando:
peço
esmola e estou dando
um exemplo
de resistência
a quem
vive 'sem carência,
sem
aleijo' e reclamando”.
Títulos derivados: poemeto em quartetos – crônica do aleijado – dignidade do paralítico; na verdade, a "musa inspiradora" desse poemeto foi uma senhora aleijada vista no ônibus, enquanto resistiu à viagem bravamente, "aos trancos e barrancos".
Títulos derivados: poemeto em quartetos – crônica do aleijado – dignidade do paralítico; na verdade, a "musa inspiradora" desse poemeto foi uma senhora aleijada vista no ônibus, enquanto resistiu à viagem bravamente, "aos trancos e barrancos".
15/10/2018
12/10/2018
10/10/2018
Mote de negócio infeliz da política
Estrofes bárbaras com 12 versos e um mote na última linha, dizendo:
1) Em família
ah! negócio infeliz do meu abuso!
A política é uma chaga de um casal?
Mexe tanto
com os membros da família
que é
preciso ter "porta de vigília"
para ser
resistente e fraternal.
Não é bom eleger político mau
nem
brigar pelos cargos de poder.
Se uma prole
não se condescender,
vai “entrar
em polêmica e parafuso”.
Candidato
é capaz de fazer uso
da
discórdia, e tirar o seu proveito,
para ser vencedor em novo pleito?
Ah! negócio
infeliz do meu abuso!
2) Em campanha
Candidato agredido publicamente
foi levado depressa ao hospital.
Eleitores também passaram mal,
solidários à vítima decadente?
Sofreu muito quem quer ser presidente:
virou alvo tombado na campanha.
Sem saber se a guerra ia ser ganha,
teve um risco de vida já incluso:
sob cuidado médico, andou confuso?
Como bravo, correu fatal perigo;
foi sangrado por quem é inimigo.
Ah! negócio infeliz do meu abuso!
3) Em conversa
"Quando alguém se encontra em restaurante,
ouve logo o palpite de um cretino
a favor de algum voto clandestino
por projeto de obra, mais adiante;
por projeto de obra, mais adiante;
pela sua intenção aliciante,
a República era um balcão de negócios
entre maus brasileiros capadócios
com interesse individual escuso."
Não sei quem disse isso e nem acuso...
porque eu é que vou ser acusado;
tenho medo de ser negociado.
Ah! negócio infeliz
do meu abuso!
4) Em outra circunstância
Já perdi companheiro de almoço,
Já perdi companheiro de almoço,
magoei muita gente que eu estimo.
"Piso em ovos" depois que me aproximo
do eleitor com a voz de alvoroço;
"observo as veias do pescoço
para ver se alguma está inchando";
caso esteja, vou logo recuando,
que eu não vou levar nome de “intruso”;
já me basta ser calado e recluso,
mas votar consciente, sem segredo;
mesmo assim, há disputa que faz medo.
Ah! negócio infeliz
do meu abuso!
Mote de uma linha em estrofes bárbaras (com mais de 10 versos) e decassílabo (verso de 10 sílabas métricas) e rimas alternadas (abbaaccddeed); expõe evidência que não acusa nem ofende ninguém.
Consideração final sem o mote
Consideração final sem o mote
Onde
está a liberdade de expressão?
Não se pode pensar e nem falar —
muito menos, dizer em quem votar!
Mas podia haver paz e união.
É demais a altura da pressão
na campanha que elege um presidente.
Se não há como votar livremente,
também não quero a eleição traumática.
Digo "sim" à presença diplomática
e à ausência de crime e de castigo;
liderança que torne o povo amigo
e conserve a figura carismática.
COLAPSO VIRÓTICO E ORGULHOSO
Um ministro, depois que é empossado
como afilhado de um presidente,
passa a ter um discurso independente
qual um filho que foi emancipado.
O seu cargo parece um novo Estado;
só não tem Capital e autonomia,
mas tem o poder da Tecnocracia
que utiliza na hora da entrevista.
E o sistema, que é presidencialista,
adquire feição ministerial.
Contraria ordem presidencial:
"nem sequer, suaviza a expressao...";
é capaz de agravar situação,
dando ordem por cima de outra ordem.
Se existir um virus que faz desordem,
dificulta o combate a esse virus;
junto ao mesmo, aparecem uns vampiros,
falsificando um bem ou um produto.
E, no âmbito desse jogo bruto,
falta um bem, um serviço ou um recurso,
sobram males, doença e um discurso
com a voz de egoísmo absoluto.
Não se pode pensar e nem falar —
muito menos, dizer em quem votar!
Mas podia haver paz e união.
É demais a altura da pressão
na campanha que elege um presidente.
Se não há como votar livremente,
também não quero a eleição traumática.
Digo "sim" à presença diplomática
e à ausência de crime e de castigo;
liderança que torne o povo amigo
e conserve a figura carismática.
COLAPSO VIRÓTICO E ORGULHOSO
Um ministro, depois que é empossado
como afilhado de um presidente,
passa a ter um discurso independente
qual um filho que foi emancipado.
O seu cargo parece um novo Estado;
só não tem Capital e autonomia,
mas tem o poder da Tecnocracia
que utiliza na hora da entrevista.
E o sistema, que é presidencialista,
adquire feição ministerial.
Contraria ordem presidencial:
"nem sequer, suaviza a expressao...";
é capaz de agravar situação,
dando ordem por cima de outra ordem.
Se existir um virus que faz desordem,
dificulta o combate a esse virus;
junto ao mesmo, aparecem uns vampiros,
falsificando um bem ou um produto.
E, no âmbito desse jogo bruto,
falta um bem, um serviço ou um recurso,
sobram males, doença e um discurso
com a voz de egoísmo absoluto.
01/10/2018
Poemeto "Decidido, mas incerto"
Haverás de escolher
entre o bom e o melhor,
entre o mau e o pior —
o que tem ou não, de ser.
Cada jogo de poder
que se acha em toda instância
tem mutável relevância
para a mesma empreitada.
A "carta branca ou marcada"
na bancada dos negócios
na bancada dos negócios
autônomos ou entre sócios
poderá ser descartada.
Poemeto aforístico de 12 versos em 3 quartetos.
Poemeto aforístico de 12 versos em 3 quartetos.
Poemeto do ciúme doentio e curado
1) Cérebro nervoso
Quem é muito ciumento
Poemeto com 12 versos em 1 quarteto, 1 dístico e 1 sextilha.
Os ciúmes têm mexido
com o cérebro de muita
gente:
a princesa cai doente
e o príncipe fica perdido.
Um insulto é cometido
“em nome desse
tormento”.
Quem é muito ciumento
chora, sofre ou se
atordoa;
transforma-se em pessoa
que não tem
discernimento:
“quer se curar, ficar
boa,
mas perde o
medicamento”.
Poemeto com 12 versos em 1 quarteto, 1 dístico e 1 sextilha.
2) Controle do nervosismo
Quando sentirem ciúme
que os faça perder a linha,
seja a princesa “a
rainha
do equilíbrio sem
queixume”;
e o príncipe sinta
“o perfume
da flor que não o
embriaga”:
é a donzela que afaga
seu choro, orgulho e
sofrer.
Mulher, tente refazer
o amor que seu peito quer.
Homem pode renascer
com o perdão da mulher.
Poemeto com 12 versos
em 3 quartetos.
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